sábado, 27 de setembro de 2008

A importância dos avós na educação dos netos






Muito bom artigo do Blog do kmMad o http://km-stressnet.blogspot.com.

Avós: pais duas vezes
Longe vão os tempos das famílias alargadas, (em que as sucessivas gerações coexistiam, partilhando o quotidiano e assumindo em conjunto a tarefa de cuidar e educaras crian­ças. As famílias hoje são mais pequenas, mui­tas delas monoparentais. Os avós, esses, tam­bém mudaram. Mantêm até mais tarde uma vida activa, mesmo quando já se retiraram da vida profissional. Assim é particularmente nos meios urbanos. Longe vão também os tempos em que os avós javascript:void(0)eram aqueles velhinhos amorosos que, pacientemente, contavam histórias aos ne­tos. Hoje os avós são solicitados para outras tarefas, comprometendo-se de forma bem diferente com a vida dos netos. Por impo­sição da evolução social. As mentalidades abriram-se e as mulheres emanciparam-se, integrando-se no mercado de trabalho. E os avós desempenham, cada vez mais, o papel de cuidadores, preenchendo os tempos e as tarefas de que os pais estão ausentes. Contudo, não há mudança que interfira com a mais-valia dos avós.
Entre eles e os netos geram-se laços fortes que beneficiam ambas as gerações. Para os mais velhos, os netos representam o triunfo da vida, são símbolo do prolongamento da sua própria vida. E é este sentimento que alimenta o amor incondicio­nal que sentem pelos netos e que, aliás, caracteriza esta relação tão especial. Este amor traduz-se numa atitude de pura sedução que torna os avós tão atractivos para as crianças. Ocupam um lugar único, que nenhum outro membro da família consegue disputar. É um lugar que reflecte a disponibilidade de estar e de escutar, de partilhar histórias e brincadei­ras. Os avós desempenham ainda um papel essencial na descoberta da diferença. Desde logo a diferença de idades. E se viverem bem com a idade que têm, transmitem uma ideia positiva do envelhecimento, ajudando os mais pequenos a respeitar os idosos.
Os avós funcionam como uma ponte com o passado, integrando a história das diferentes gerações. Uma ponte também entre pais e filhos, transposta com o revelar de episódios de quando os pais eram crianças. Conhecer estas histórias torna as crianças mais próxi­mas dos pais, mostra-lhes um lado desconhecido daqueles que, no dia-a-dia, exercem o difícil papel da autoridade. Este é, aliás, um exercício que os próprios pais podem prati­car, na certeza de que criarão momentos de grande intimidade com os filhos. Esta parti­ lha do passado ajuda a perceber que existe um lugar para todos na pirâmide genealó­gica.
Para as crianças, os avós são fonte de carinho inesgotável. São eles que proporcionam todos os extras que não chegam dos pais, apa­nhados quase sempre no furacão dos afaze­res profissionais que pouco tempo deixam para ouvir os mais pequenos. E eles precisam de ser ouvidos. Porque o crescimento impli­ca dúvidas, angústias e receios, pequenos conflitos internos e externos que, apesar de naturais, são perturbadores. Captar os sinais pode ser difícil, mas a disponibilidade dos avós - se forem próximos - é uma garantia de atenção e conforto.
Com os avós, não se geram os conflitos que opõem pais e filhos. Raramente os avós são disciplinadores, raramente são eles a impor limites e barreiras, raramente são eles a pedir contas de atitudes e comportamentos. Esse é o papel dos pais e são os pais a ser desafiados pelos filhos, sobretudo na conturbada idade da adolescência. É certo que nesta idade os avós vão perden­do interesse, notando-se algum distancia­mento. Mas, com frequência, continuam a ser o refúgio para onde os adolescentes es­capam quando a tensão em casa aumenta. Ali sabem que encontram sempre mimo.
Conflito de papéis


O papel dos avós é imprescindível, mas não é fácil. Sobretudo numa época, como a actual, em que os pais dependem deles para muitas tarefas do quotidiano - ir buscar os filhos à escola, ficar com eles quando têm de traba­lhar até mais tarde, ocupar-se deles nas férias quando os colégios fecham ... Os avós actuais ainda têm muitas responsabilidades que vão para além do afecto. Confundem-se com as responsabilidades da parentalidade e este é um terreno fértil para conflitos. Há que ter em conta que os avós nunca dei­xam de ser pais: para eles, os filhos são sem­pre crianças mesmo quando já são adultos e têm os seus próprios filhos. Há uma certa dificuldade em perceber que o centro da au­toridade mudou e, em paralelo, a tentação de manter essa mesma autoridade. É natural que os avós se sintam confusos quanto ao que deles se espera. E que resistam a dar um passo atrás e deixar os filhos tomar as decisões, para eles próprios e para as suas crianças.
Mas a verdade é que, apesar do envolvimen­to na vida dos netos, os avós não são os edu­cadores. E precisam de respeitar os seus filhos nesse novo papel. Não interferindo, mesmo quando não concordam, e sobretudo não os desautorizando. O que implica uma grande maturidade e flexibilidade de ambas as par­tes. Também dos filhos. Para saberem ouvir a experiência e compreender o dilema dos pais. É claro que as crianças percebem que há um conflito entre as duas gerações que lhes estão acima. E tiram o máximo partido. Inconscientemente, até o estimulam. Por exemplo, quando reagem a um "não" dos pais com um "mas a avó deixa ... " ou "mas o avô não faz assim ... ". O que as crianças têm de aprender é que pais e avós cumprem pa­péis diferentes, complementares. E que os espaços que partilham com uns e outros têm regras específicas que não podem ser trans­feridas.
A casa dos avós pode até ser um espaço onde possam violar algumas das regras dos pais, mas elas têm de voltar a ser respeitadas na casa de família. E cabe aos adultos passar esta mensagem, para que as crianças perce­bam os limites e os aceitem. O importante é que avós e netos possam conviver. Todos ficam a ganhar com a parti­lha de afectos e vivências. Sobretudo agora, no tempo em que, graças ao aumento da esperança de vida, temos uma geração de netos com o privilégio de conhecer os qua­tro avós.

3 comentários:

João disse...

Socorrinha,

A semana passada vi esse tema debatido,da importância dos avós no cuidar e estabelecer laços afectivos diferentes em relação aos pais,com os netos.

Os avós devem não tentar substituir os pais na educação,cabe exclusivamente aos pais essa responsabilidade,eles tem outro papel fundamental de criar ligação geracional de cultura e afectividade.

Abraço amiga,
joao

Socorro Costa disse...

Olá!
Esse tema foi debatido semana passada no diHitt. Pedi permissão ao Kmmad para blogar no meu blog Psicologias. Daí o motivo da repetição. Tenho alguns amigos conectam no blog que gostaria que refletisse e lessem " a importância dos avós na educação dos netos".
Abraço amigo,
Socorrinha

Victor S. Gomez disse...

Também acho importantíssima a presença dos avós na educação dos netos. E é muito bom também quando os pais querem sair e tem com quem deixar os filhos. rs. Abraços

Vem...

Aperitivos Psi


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"Como é bom poder dizer às pessoas

Que nada foi em vão

Que o amor existe,

Que vale a pena a amizade,

Que a vida é bela sim,

Que eu sempre dei o melhor de mim.

E que valeu a pena!"

Mário Quintana
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Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o
desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional."

Carlos Drummond de Andrade

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"... Eu não tenho filosofia: tenho sentidos ...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso,

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...

Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar ...

Alberto Caaeiro/Fernando Pessoa

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Tenho fases como a lua
Fases de andar escondida
Fases de vir para a rua...
Perdição da vida minha.
Tenho fases de ser tua,
Tenho outras de ser sozinha.
(Cecília Meireles)