sábado, 27 de setembro de 2008

17 passos para enfrentar uma grande perda

Muitas situações na vida nos trazem a sensação de um mal irreparável, geralmente envolvendo perdas ou grandes mudanças: doenças, morte de alguém, mudança de cidade, de emprego, condição social, separação, perda de um sonho ou ideal e outras. As situações mais dolorosas referem-se à perda de um ente querido.

As pessoas ficam com a sensação de terem sido roubadas em algo a que tinham direito. Passam por um processo doloroso que envolve sofrimento, medo, revolta, raiva, culpa, depressão, isolamento, desinteresse pelas atividades costumeiras ou excesso de atividades (fuga); apresentam sintomas físicos e psicológicos de estresse, podendo até vir a adoecer.

O tempo requerido para o “luto” (fase de maior sofrimento) e a maneira de vivê-lo depende muito das circunstâncias da perda, o significado desta para a pessoa, seu modo particular de lidar com situações de crise, apoio disponível no seu meio familiar e social, como a comunidade onde vive encara esta perda, suas próprias crenças e outros aspectos.

A recuperação de uma perda significativa leva de alguns meses a dois anos e, mesmo aí, alguns aspectos podem continuar não muito bem resolvidos.

Mas, além da tristeza, as situações dolorosas podem fazer com que descubramos em nós mesmos forças antes desconhecidas, faz com que repensemos nossas vidas e nossos valores, passando a perceber o que realmente é importante e o que é supérfluo, e podem nos transformar em pessoas mais ricas espiritual e emocionalmente.

Apesar das pessoas sentirem e reagirem diferentemente, existem pontos em comum nas situações de perda, quando geralmente passam por fases semelhantes. Quando descobrem que estão com uma doença grave ou isto acontece com uma pessoa muito próxima, a morte inesperada de alguém que amam, ou com quase todos os outros tipos de perda, primeiro passam pelo estágio de choque e negação, não querendo acreditar na realidade. Depois vem a fase da raiva, revolta (contra tudo, todos e até contra Deus) e muita mágoa. Mais tarde passam a negociar com Deus e com a vida, tentando fazer trocas e promessas; depois ficam deprimidos, perguntando-se “por que eu?”, “por que ele(ou ela)?”ou “por que comigo(ou conosco)?”.

A seguir a tendência é retrairem-se por algum tempo, afastando-se dos outros, enquanto buscam alcançar um estado de entendimento, paz, aceitação; de aceitar aquilo que não pode ser mudado.(E. Kubler-Ross). Muitos param em determinada fase e não vão adiante na superação da perda que já aconteceu ou, no caso de doença, vai ocorrer; alguns pulam de uma fase para outra, podendo retornar à fases anteriores; outros caminham para a superação. Isto vai depender muito do suporte que recebem do meio, dos amigos, de terapeutas ou orientadores; do entendimento que têm sobre a vida e sua finalidade, de suas crenças filosóficas e/ ou religiosas e outros aspectos.

A Dra Ross estudou também 20 mil casos de pessoas de várias culturas que passaram por experiências de quase morte(EQM), e notou muita semelhança no que percebem naqueles momentos de “morte”, as vivências e sensações são agradáveis e os pacientes percebem que na realidade a morte não existe, é uma passagem para um plano de vida diferente, como a borboleta que deixa o casulo.Se começarmos a ver a vida de maneira diferente, com maior entendimento, veremos que a morte jamais deve representar sofrimento, mas uma continuação da vida e da evolução.

Seguem-se algumas sugestões que podem ajudar nesta fase difícil :-

1-Fale sobre sua perda e sua dor

Nos primeiros meses muitos têm esta necessidade, deixe que os outros saibam que este assunto não deve ser evitado e que lhe faz bem falar sobre isto, abrir-se com alguém de confiança, ajuda no entendimento e na aceitação. Quando os amigos entendem o processo, percebem que ouvindo e compartilhando o sofrimento, estão ajudando; e você vai se sentir melhor desabafando. Entretanto, em algumas situações, ou com algumas pessoas, quando não quiser falar sobre o assunto, também diga isto claramente.

2-Enfrente o sentimento de culpa

Quando se perde alguém importante é difícil sentir que se fez o bastante. Discutir este sentimento com alguém compreensivo e de confiança vai ajudar a distinguir a culpa real e irreal e, aos poucos, esta começa a diminuir. Não pode se sentir responsável por não prever os acontecimentos, ou culpa como se tivesse tido a intenção de prejudicar alguém. Além do mais, temos que aceitar a realidade de que ninguém é perfeito, fazemos o possível de acordo com nossa capacidade.

3-Trabalhe os sentimentos de raiva e revolta

Estes sentimentos existem em face de uma grande perda; é importante percebê-los e expressar os sentimentos de raiva e amargura. Não adianta negá-los ou envergonhar-se deles, são normais e irão desaparecendo com o tempo e a aceitação do fato.

4-Idealização

Há uma fase em que a pessoa pensa em suas falhas como pai, mãe, filho, cônjuge, irmão, namorado ou amigo... e vê a pessoa que se foi como um ser perfeito. Com o tempo, começará a vê-la como um ser humano real, com suas qualidades e defeitos, assim como todos nós.

5-Não se isole

Mesmo que não se sinta à vontade para compartilhar seu sofrimento e prefira ficar sozinho, precisa buscar a companhia de outras pessoas. Amigos e familiares que o estimem podem ajudar muito. Não se esqueça que não está só; muitos o estimam, querem lhe dar amor e conforto, assim como precisam do seu amor e atenção. Isto consola , renova suas forças e ajuda na construção de novos objetivos e, com o tempo, a recuperar a alegria de viver. Estas pessoas podem fazer muito por você e você por elas.

6-Mudança de valores

Diante da morte ou de uma grande perda, a pessoa tende a repensar seus valores, a reavaliar seus objetivos de vida; deixar de lado coisas que anteriormente valorizava e que agora percebe que são insignificantes e/ou fúteis, e a valorizar aspectos que percebe serem realmente mais importantes. Muitas vezes implementa mudanças positivas na sua maneira de ser e de viver, tornando-se menos preocupada com o ter e mais com o SER, evoluindo moral, emocional e Espiritualmente.

7-“Nunca mais serei o mesmo”...

É freqüente haver um grande sofrimento neste pensamento que pode ser real, mas isto não significa que nunca mais possa ser feliz. Embora esta idéia possa parecer inaceitável no período do sofrimento, as transformações podem nos enriquecer. Geralmente é isto que acontece, quando a pessoa aceita trabalhar e superar a fase de mágoa e revolta, decidindo que pode e deve viver o melhor possível.

8-Evite decisões importantes ou grandes mudanças

O primeiro ano após a perda, geralmente não é um período adequado para tomar decisões importantes ou fazer grandes mudanças, a menos que as circunstâncias o exijam. Uma pessoa amargurada tem a capacidade de julgamento diminuída. Se algumas mudanças forem necessárias e inadiáveis, peça a ajuda de alguém competente e não envolvido emocionalmente com os problemas.

9-Reserve períodos e local para lembranças

Não fique o tempo todo pensando e vendo objetos da pessoa que se foi. Coloque alguns pertences dela numa caixa ou armário, não os deixe espalhados.Tente reservar algum período específico do dia (no início), da semana ou do mês, para pensar na pessoa e no seu luto, quando também poderá rever os objetos. Evite fazer isto o resto do tempo, pois nada de bom e útil se consegue com a tristeza contínua. Para algumas pessoas isto não é fácil de conseguir, mas é necessário à sobrevivência e recuperação.

10-Prevendo dias e datas difíceis

É útil saber que vai sentir-se mais triste, solitário e infeliz em certos dias e datas do que em outros, isto mesmo após já ter-se passado algum tempo e com a vida mais estabilizada. Estes dias especiais geralmente envolvem datas de aniversário, Natal, passagem de ano, Páscoa e outros, onde a falta da pessoa se faz mais presente. Planeje passá-los com amigos ou familiares, pois é provável que fique mais triste, choroso e deprimido que em outras ocasiões. Não se isole, é bom que esteja em companhia de pessoas que o estimem.

11-A crença de que a vida transcende nossa estada na terra e num Ser Superior

Desde a antiguidade, a maioria dos povos de todas as regiões do globo,com culturas e religiões diferentes, acredita na imortalidade da alma ou espírito e na existência de um Deus ou “Algo Superior”. Isto é quase que uma intuição que nascemos com ela. Um Ser com Amor Incondicional e Sabedoria, perfeito e justo, não castiga as pessoas, mas sempre quer o seu bem, sua evolução, mesmo que muitos de nós ainda não tenhamos a capacidade para entender o porquê de muitos acontecimentos. Hoje, mais do que nunca, temos tido provas da imortalidade do espírito e de que tudo na vida tem um propósito positivo, que nada acontece por acaso. Mesmo que não seja religioso, esta crença traz consolo. Pensar que a pessoa não acabou, mas apenas deixou seu corpo e transferiu-se para um tipo de vida diferente, em outro plano, faz com que as pessoas sintam-se melhor diante da perda; e significará que a separação é temporária, não definitiva.

É importante saber que pudemos desfrutar da companhia de algumas pessoas especiais, mesmo que por breve tempo, que nos deixam muita saudade...Só se tem saudade daquilo que foi muito bom..

12-Culpa por sentir-se bem

É comum as pessoas não se permitirem alegria após uma grande perda, não aceitando convites de amigos, ou evitando atividades agradáveis. Não lute para continuar sendo ou parecendo infeliz. Perceba que sentir-se contente, ter novos objetivos, não é deslealdade nem significa que não ama ou está esquecendo o ente querido. Conseguir prazer em algo significa que está trazendo um pouco de alívio ao seu sofrimento; retomando ou recomeçando a construir sua vida. Além disso, se a pessoa que se foi o estima, com certeza gostaria de vê-lo bem e não sofrendo, preferiria vê-lo contente e isto lhe daria mais tranquilidade. Procure investir em seu bem estar, engajando-se em atividades produtivas e que lhe são agradáveis, e poderá tornar sua vida melhor ainda do que antes, se aprendeu algo com o acontecido, se cresceu com o sofrimento e compreensão do que é realmente mais importante na vida.

13-Reajuste-se à vida e ao trabalho

Tirar alguns dias ou semanas para reequilibrar-se e, depois, uma folga ocasional, quando necessário, é perfeitamente normal. Mas as atividades devem ser retomadas assim que for possível, pois são importantes no processo de recuperação. Seja paciente consigo mesmo, porque nos primeiros meses sua capacidade física e mental podem não ser as mesmas. Deve diminuir sua carga horária ou o número de atividades, se sentir que é excessiva; mas a inatividade prolongada faz as pessoas repetirem ou prolongarem a fase depressiva sem nenhum benefício. Com o tempo poderá também perceber que é importante utilizar um pouco da sua energia em uma atividade que possa ajudar outras pessoas e/ou instituições, saindo um pouco de seu pequeno mundo e percebendo a importância e bem estar que traz ajudar ao próximo, de conseguir tornar outros um pouco mais felizes e menos carentes física e psicologicamente.

14-Liberte-se de expectativas irreais

Acreditar que a vida deveria ser diferente, não envolvendo escolhas dolorosas, sofrimentos e perdas é irreal e só traz revolta, o que só prejudica. Tornando nossas expectativas quanto a nós mesmos, aos outros e à vida mais realistas, fica mais difícil nos frustrarmos e mais fácil nos adaptarmos. Ninguém passa por situações que não mereça, por puro acaso; nem enfrenta uma carga maior do que a que tenha capacidade para carregar. Saber que não vivemos num mundo desorganizado e que existem leis universais, “nada acontece por acaso”; tudo tem uma razão de ser justa e produtiva, nos leva a encarar os acontecimentos (com relação a nós e aos outros envolvidos), mesmo os mais difíceis, como oportunidades de aprendizagem e crescimento.

15-Integrando a perda

As pessoas não “têm” que ser “vítimas”, qualquer que seja a perda, por pior que tenha sido. Situações de muito sofrimento podem ser transformadas em aprendizado. É preciso deixar de lado as perguntas centradas no passado (que é imutável) e no sofrimento (“Por que isso aconteceu comigo”?) e começar a fazer perguntas que abrem as portas para o futuro:- “Agora que isto aconteceu o que posso e devo fazer? O que posso aprender com isto? O que posso fazer para Ser e sentir-me melhor?” Geralmente quando chegamos à fase da aceitação, atingimos a compreensão e crescemos com a experiência, a dor se vai. Fica a saudade de uma pessoa com a qual convivemos e que nos proporcionou bons momentos e ensinamentos, tanto com suas qualidades, como com seus defeitos; com a qual compartilhamos uma parte de nossa vida. Só se tem saudade de algo que foi bom ou nos trouxe algo de positivo. Deve ser mais triste não ter de quem sentir saudade, seja de uma pessoa deste ou de outro plano.

16-Pesar excessivamente longo

Quando um sofrimento excessivo consome alguém por mais de um ano, geralmente o problema principal não é a perda em si, mas algum outro aspecto que precisa ser entendido. Muitas vezes isto ocorre quando havia uma dependência excessiva em relação à pessoa que se foi, quando a culpa por algum motivo é um componente muito forte na situação, problemas emocionais pessoais ativados ou reforçados pela perda ou outras razões significativas. Amigos, conselheiros ou um psicólogo podem ser necessários neste caso.

17-Procure ajuda profissional, se necessário.

A maioria dos que procuram ajuda de psicoterapeuta não são doentes mentais, são pessoas comuns enfrentando problemas, passando por uma crise e muitas delas sofrendo uma perda. Um profissional da área é alguém com quem você pode dividir seu sofrimento, sua revolta, seu medo, suas lembranças dolorosas, sua culpa e seus conflitos; que pode compreendê-lo e ajudá-lo. As sessões de terapia podem ajudá-lo também a tomar decisões práticas que o farão sentir-se melhor. Você pode precisar de apenas algumas sessões, muitos meses para superar a fase mais difícil, ou mais tempo; tudo vai depender do significado individual da perda, da maneira como reage às crises e à terapia.

No início do pesar, uma das formas mais comuns de manifestar o sofrimento é resistir a crescer com ele. A vida pode ser prejudicada ou fortalecida por uma perda. Ninguém permanece o mesmo. Cada situação é única e só a própria pessoa pode buscar e encontrar respostas relativas ao “outro eu” e à outra vida que vão emergir.

Cada pessoa decide se vai ou não crescer com essa experiência dolorosa , e quando.

Maria José G. S Nery- Psicóloga Clínica

Psicoterapia Cognitiva, Transpessoal e Regressiva
E mail:-majonery@yahoo.com.br, zezegomes@hotmail.com
Campinas- SP -Bras

A importância dos avós na educação dos netos






Muito bom artigo do Blog do kmMad o http://km-stressnet.blogspot.com.

Avós: pais duas vezes
Longe vão os tempos das famílias alargadas, (em que as sucessivas gerações coexistiam, partilhando o quotidiano e assumindo em conjunto a tarefa de cuidar e educaras crian­ças. As famílias hoje são mais pequenas, mui­tas delas monoparentais. Os avós, esses, tam­bém mudaram. Mantêm até mais tarde uma vida activa, mesmo quando já se retiraram da vida profissional. Assim é particularmente nos meios urbanos. Longe vão também os tempos em que os avós javascript:void(0)eram aqueles velhinhos amorosos que, pacientemente, contavam histórias aos ne­tos. Hoje os avós são solicitados para outras tarefas, comprometendo-se de forma bem diferente com a vida dos netos. Por impo­sição da evolução social. As mentalidades abriram-se e as mulheres emanciparam-se, integrando-se no mercado de trabalho. E os avós desempenham, cada vez mais, o papel de cuidadores, preenchendo os tempos e as tarefas de que os pais estão ausentes. Contudo, não há mudança que interfira com a mais-valia dos avós.
Entre eles e os netos geram-se laços fortes que beneficiam ambas as gerações. Para os mais velhos, os netos representam o triunfo da vida, são símbolo do prolongamento da sua própria vida. E é este sentimento que alimenta o amor incondicio­nal que sentem pelos netos e que, aliás, caracteriza esta relação tão especial. Este amor traduz-se numa atitude de pura sedução que torna os avós tão atractivos para as crianças. Ocupam um lugar único, que nenhum outro membro da família consegue disputar. É um lugar que reflecte a disponibilidade de estar e de escutar, de partilhar histórias e brincadei­ras. Os avós desempenham ainda um papel essencial na descoberta da diferença. Desde logo a diferença de idades. E se viverem bem com a idade que têm, transmitem uma ideia positiva do envelhecimento, ajudando os mais pequenos a respeitar os idosos.
Os avós funcionam como uma ponte com o passado, integrando a história das diferentes gerações. Uma ponte também entre pais e filhos, transposta com o revelar de episódios de quando os pais eram crianças. Conhecer estas histórias torna as crianças mais próxi­mas dos pais, mostra-lhes um lado desconhecido daqueles que, no dia-a-dia, exercem o difícil papel da autoridade. Este é, aliás, um exercício que os próprios pais podem prati­car, na certeza de que criarão momentos de grande intimidade com os filhos. Esta parti­ lha do passado ajuda a perceber que existe um lugar para todos na pirâmide genealó­gica.
Para as crianças, os avós são fonte de carinho inesgotável. São eles que proporcionam todos os extras que não chegam dos pais, apa­nhados quase sempre no furacão dos afaze­res profissionais que pouco tempo deixam para ouvir os mais pequenos. E eles precisam de ser ouvidos. Porque o crescimento impli­ca dúvidas, angústias e receios, pequenos conflitos internos e externos que, apesar de naturais, são perturbadores. Captar os sinais pode ser difícil, mas a disponibilidade dos avós - se forem próximos - é uma garantia de atenção e conforto.
Com os avós, não se geram os conflitos que opõem pais e filhos. Raramente os avós são disciplinadores, raramente são eles a impor limites e barreiras, raramente são eles a pedir contas de atitudes e comportamentos. Esse é o papel dos pais e são os pais a ser desafiados pelos filhos, sobretudo na conturbada idade da adolescência. É certo que nesta idade os avós vão perden­do interesse, notando-se algum distancia­mento. Mas, com frequência, continuam a ser o refúgio para onde os adolescentes es­capam quando a tensão em casa aumenta. Ali sabem que encontram sempre mimo.
Conflito de papéis


O papel dos avós é imprescindível, mas não é fácil. Sobretudo numa época, como a actual, em que os pais dependem deles para muitas tarefas do quotidiano - ir buscar os filhos à escola, ficar com eles quando têm de traba­lhar até mais tarde, ocupar-se deles nas férias quando os colégios fecham ... Os avós actuais ainda têm muitas responsabilidades que vão para além do afecto. Confundem-se com as responsabilidades da parentalidade e este é um terreno fértil para conflitos. Há que ter em conta que os avós nunca dei­xam de ser pais: para eles, os filhos são sem­pre crianças mesmo quando já são adultos e têm os seus próprios filhos. Há uma certa dificuldade em perceber que o centro da au­toridade mudou e, em paralelo, a tentação de manter essa mesma autoridade. É natural que os avós se sintam confusos quanto ao que deles se espera. E que resistam a dar um passo atrás e deixar os filhos tomar as decisões, para eles próprios e para as suas crianças.
Mas a verdade é que, apesar do envolvimen­to na vida dos netos, os avós não são os edu­cadores. E precisam de respeitar os seus filhos nesse novo papel. Não interferindo, mesmo quando não concordam, e sobretudo não os desautorizando. O que implica uma grande maturidade e flexibilidade de ambas as par­tes. Também dos filhos. Para saberem ouvir a experiência e compreender o dilema dos pais. É claro que as crianças percebem que há um conflito entre as duas gerações que lhes estão acima. E tiram o máximo partido. Inconscientemente, até o estimulam. Por exemplo, quando reagem a um "não" dos pais com um "mas a avó deixa ... " ou "mas o avô não faz assim ... ". O que as crianças têm de aprender é que pais e avós cumprem pa­péis diferentes, complementares. E que os espaços que partilham com uns e outros têm regras específicas que não podem ser trans­feridas.
A casa dos avós pode até ser um espaço onde possam violar algumas das regras dos pais, mas elas têm de voltar a ser respeitadas na casa de família. E cabe aos adultos passar esta mensagem, para que as crianças perce­bam os limites e os aceitem. O importante é que avós e netos possam conviver. Todos ficam a ganhar com a parti­lha de afectos e vivências. Sobretudo agora, no tempo em que, graças ao aumento da esperança de vida, temos uma geração de netos com o privilégio de conhecer os qua­tro avós.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

STRESS e CÂNCER que relação é essa?

Uma definição para o stress tão comentado e sentido em nossos dias seria um desequilíbrio do nosso organismo em resposta a influências ambientais.

Desde os primórdios de nossa civilização, o homem vem tentando se adaptar e sobreviver às mais variadas intempéries da natureza, na busca pelo alimento, na luta pela demarcação do espaço geográfico, em guerras tribais, mas, ainda reluta em conseguir dominar aquilo que lhe parece mais fácil: o seu semelhante e ele mesmo.

Com a vida em sociedade, outros perigos apareceram e ocuparam o lugar daqueles que estressavam nossos ancestrais. O homem passou a escrever a sua história baseada em competitividade social, capacidade profissional, segurança social e sobrevivência econômica, história essa que é escrita com algum sofrimento, mágoas e tristezas que encontramos em nossas relações familiares, profissionais e sociais.

Se antigamente nossos ancestrais tinham objetivos reais determinados a combater, hoje, a ameaça do perigo vive dentro de nós. Nosso coração bate mais forte na luta pela nossa sobrevivência, que se traduz pela instabilidade da nossa política econômica, desemprego, preços altos, o cumprimento de nossos compromissos cotidianos, a educação de filhos. Esse desequilíbrio vai gerar sintomas psicológicos e físicos tais como: tensão muscular, indigestão, ansiedade, insônia, dentre outros, que vão resultar em doenças.

Um stress temporário faz parte de algum momento em nossas vidas. O indivíduo percebe uma súbita ameaça, que lhe causa algum desequilíbrio, que envolve, por algum tempo, perdas temporárias. Num indivíduo saudável, todo o sistema do organismo conspira para que o equilíbrio retorne e a felicidade se restabeleça. Os sintomas do estresse fisiológico são extremamente idênticos nos animais e nos seres humanos, independentes da fonte estressora e constituem a forma que o organismo encontra para enfrentar o desafio. Esta resposta é conhecida como "resposta de luta ou fuga", seguida de uma homeostase (relaxamento).

Quando a resposta de luta ou fuga é prolongada, a ação do indivíduo fica bastante limitada. O organismo não consegue agir, lutando ou fugindo para livrar-se do estresse. Organicamente há alterações nas glândulas supra-renais (adrenalina e cortisona), alterações no ritmo cardíaco, no controle da pressão arterial e principalmente no sistema neurológico.
Psiquicamente o stress profundo, o esgotamento, e a ansiedade crônica, levam o indivíduo a um estado de apatia, desanimo e desinteresse em relação à vida. Costumo dizer aos meus pacientes que a vida perde o colorido... O paciente só consegue enxergá-la em "preto e branco".

As fontes de descarga de stress são múltiplas. Eventos positivos ou negativos requerem que os indivíduos se adaptem a mudanças rápidas e profundas altamente estressantes. A doença aparece para o indivíduo como "forma de solução de problemas". Podemos observar um forte vínculo entre o stress e o aparecimento do câncer nos indivíduos, ou seja, doenças que afetam o sistema imunológico do corpo e suas defesas materiais contra infecções e outras doenças.

A imagem popular do câncer é condicionada pela visão fragmentada do mundo e de nossa cultura. O câncer é visto como um poderoso agente invasor externo que ataca o nosso corpo e que não podemos lutar.Na realidade a biologia celular nos mostra que as células cancerosas não são fortes e muito menos potentes. Elas são fracas, desordenadas, não invadem e nem destroem o nosso organismo. Elas simplesmente se superproduzem.
Podemos observar como se fosse um ciclo dentro de nosso organismo onde:

- um câncer aparece numa célula com informação genética incorreta, danificada por substâncias nocivas, ambientais;
- informação defeituosa faz com que a célula não funcione normalmente;
- quando essa célula se reproduz temos um tumor composto de células imperfeitas.
Num organismo saudável o sistema imunológico reconhece as células anormais, destruindo-as, impedindo-as de se propagarem. Num sistema imunológico afetado pela depressão, pelo stress e pelo esgotamento, a defesa orgânica não é suficientemente forte para impedir que as células defeituosas proliferem. O câncer não é um ataque externo, mas, na realidade, um colapso interno.

Carl Simonton em suas pesquisas sobre o câncer constatou que estados de desequilíbrio gerados por stress prolongado, que é canalizada por meio de determinada personalidade, dão origem a distúrbios específicos. Tensões críticas que os indivíduos sentem como "sem saída", aparecem de seis a dezoito meses, antes do diagnóstico do câncer. Essas tensões geram sentimentos de desesperança, impotência e inadequação.

O estresse emocional afeta o sistema imunológico do corpo causando desequilíbrio acarretando alterações hormonais com um aumento da produção de células anormais. O corpo se torna incapaz de destruir as células malignas no momento que a produção aumenta.

Lawrence Leshan estudou e identificou a mesma configuração de personalidade e estados emocionais dos indivíduos que desenvolveram câncer: sentimentos de abandono, isolamento, desespero durante a juventude, perda de parentes próximos na infância e, principalmente, estes indivíduos não serem capazes de externalizar seus sentimentos, suas mágoas, guardando-as de uma maneira colérica e hostil.

O processo de cura envolve uma abordagem multidimensional, para se iniciar o processo psicossomático de cura. O paciente procura restabelecer sua crença na eficácia dos tratamentos e na potência das defesas do seu corpo.No nível biológico, a finalidade do tratamento é destruir as células cancerosas e neutralizar o sistema imunológico. É importante a terapia física usada concomitantemente com a abordagem psicológica.

Atualmente, além da terapia convencional, tenho associado ao meu trabalho outras técnicas: Terapia Regressiva; Visualização Criativa e Hipnose, que acredito ajudam a fortalecer o sistema imunológico dos pacientes, fazendo-os rever seus sistemas de crenças, bem como lhes facilitar o acesso ao inconsciente por meio de uma linguagem simbólica.

A mudança no sistema de crenças vai se realizar no nível físico, mental, filosófico e espiritual. Por meio dessas técnicas, o paciente pode ou não melhorar do câncer, mas com certeza vai conseguir melhorar a qualidade de vida ou de sua morte. Lidar com a morte é aprender a lidar com a vida.

Heloisa Helena Garbuglio
Psicóloga Clínica com formação em Psicanálise.
Psicodramatista, com formação em Hipnose Clínica e Especialização em Terapia da Regressão.(T.V.P.)

Bibliografia:
Bizzarri, Mariano, A mente e o câncer, Summus, São Paulo, 2001.
Breaux, Charles, Jornada rumo á Consciência, Pensamento, São Paulo, 2000.
Capra, Fritjof, O Tao da física, Summus, São Paulo, 1997.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Idade do Cérebro

Recebi de um amigo blogueiro (http://maragao.brogui.com/)um site muito legal. Num momento de relax vale a pena! No jogo mostra se teu cérebro é mais jovem que você ou mais velho que o resto do seu corpo!
Te falo o meu: 36. Oh!! é segredo, viu?
Veja: http://flashfabrica.com/f_learning/brain/brain.html

domingo, 7 de setembro de 2008

Orfãos Geriatras: o que sentimentos de depressão e solidão podem ocasionar nos idosos.

Orfãos Geriatras: o que sentimentos de depressão e solidão podem ocasionar nos idosos.

Assistimos a um progressivo envelhecimento da população, fruto do constante
progresso das ciências em geral e da medicina em particular (principalmente no campo da prevenção), bem como das condições de vida (Fonseca, 2005).


Enquanto a Organização Mundial de Saúde há anos se propunha como objetivo aumentar a esperança média de vida, hoje considera como desafio uma melhor qualidade de vida que passa por manter os idosos ativos, preenchendo a sua necessidade existencial(sentido para a vida).


A solidão é completamente contrária ao conceito do "humano". No entanto, a solidão e o abandono entre pessoas idosas são mais comuns do que se pensa, operando no conceito capitalista da sociedade, "o que não serve deixa-se fora".


Da mesma forma, as mudanças físicas e o seu quadro familiar levam-nos a sofrer das maiores depressões e a ser um grupo humano com elevadas taxas de suicídio (Ministério da Saúde, 2004).


Envelhecer é uma parte importante de todas as sociedades humanas, pois reflete não só mudanças biológicas, mas também sociais e culturais, por isso, urge estudar melhor esta idade para melhor a compreender e dar resposta às suas necessidades .
Relativamente aos sentimentos de solidão, confirmou-se, através de pesquisas, a existência de diferenças significativas em termos estatísticos para: estado civil , sendo que os solteiros e divorciados assumem níveis mais elevados de solidão do que os casados; ao nível da percepção pessoal de preocupação familiar e dos amigos bem como na recepção de visitas dos amigos, os idosos que têm menos contato e percepção de preocupação dos amigos e familiares, apresentam mais sentimentos de solidão.


No que concerne aos níveis de depressão, observam-se diferenças estatisticamente significativas: na ocupação de tempos-livres “leitura”: quem ler apresenta níveis inferiores de depressão relativamente aqueles que não lêem.


Os idosos que se preocupam com seus amigos apresentam menores índices de depressão.


A maioria dos idosos resiste à ideia de deixar a sua casa, mesmo face a uma realidade de declínio físico e incapacidade para viver de forma independente, sendo sentida como uma perda de identidade, é o seu espaço que fica para trás (King & Jonhson, in Hill, Thorn, Bowling & Morrison, 2002).


Quando se avalia os sentimentos de solidão experiênciados pelos idosos institucionalizados em relação com os dos idosos não institucionalizados constata- se que os valores encontrados permitem inferir que os sentimentos de solidão variam significativamente em função do contexto habitacional do idoso; foram os idosos que viviam em Instituições que apresentaram mais sentimentos de solidão.

Os idosos parecem “suportar” melhor as condições de vida próprias do envelhecimento quando têm junto de si pessoas afectivamente significativas.

No entanto muitas vezes são deixados ao isolamento, quer por familiares, quer por amigos e isso reflete nos seus elevados sentimentos de solidão.
Nos idosos os distúrbios psíquicos de maior incidência são as síndromes depressiva e demencial (Carvalho & Fernandez, in Netto, 2002). Comparando níveis de depressão de idosos institucionalizados relativamente com os não institucionalizados, observa-se que a depressão varia em função do contexto habitacional do idoso. Foram os idosos que vivem em Instituições quem apresentou níveis de depressão superiores.


O estado civil sugere que a pessoa partilha, ou não, a sua vida com um companheiro, pois como nos refere Murphy (1982), as pessoas que mantêm intimidade com um “confidente” serão,em regra, capazes de suportar melhor as privações a que estão sujeitas, durante o envelhecimento. Ao nível do estado civil, os idosos solteiros e divorciados apresentaram mais sentimentos de solidão.


Segundo Solomon e Davis (1995), as perdas suscitam nas pessoas idosas depressão,ansiedade, reações psicossomáticas, afastamento e descompromisso. O fato de se viver sozinho aumenta a prevalência de solidão na população idosa .Para alguns dos autores, a perda do cônjuge, de um amigo, familiar ou colega, pode provocar ansiedade na medida em que o idoso pode prever que a sua morte também se avizinha.
Os idosos que viviam sozinhos apresentam mais sentimentos de solidão do que aqueles que vivem acompanhados. Tanto o estado civil como a companhia com quem vivem os idosos pareceu mostrar-se muito importantes na definição de quadros de isolamento social e solidão.


Quando envelhecemos, perdemos parte do fulgor corporal e dominam as queixas dolorosas. No que diz respeito aos sentimentos de solidão em concreto, Botelho (2001) afirma que a perda de familiares ou do seu afeto proporciona maiores níveis de isolamento e solidão.


Para além da família, também os amigos proporcionam um elevado conforto social. A escolha dos amigos, a integração numa rede de apoio e a socialização são medidas válidas para controlar o ambiente e manter um ótimo estado de saúde (Berger, 1995).


Os amigos estimulam os idosos a tomarem conta da sua saúde, atenuando sentimentos de depressão e ansiedade nos momentos difíceis. Idosos que referem mais contato com amigos apresentaram menos sentimentos de solidão. Com relação aos elos de amizade, a situação é diferente da familiar: de acordo com aquilo que nos aparece na literatura (Giles, Glonek, Luszcz & Andrews, 2005), tanto a percepção de preocupação por parte dos amigos, como o próprio contato com eles, através de visitas influenciam substancialmente os sentimentos de solidão dos idosos. Os amigos parecem assumir uma cumplicidade geracional (em termos de código de valores, dificuldades, receios e dúvidas) além de proporcionar uma sensação de juventude e independência da família tradicionalmente cuidadora.

A solidão nos idosos demonstra atitudes sociais diante da morte e do morrer, pelo que ter muitos amigos funcionaria como um escape ao pensamento na morte. Uma discussão mais aberta e clara sobre a morte, para a sua desmistificação seria a melhor atitude do que o ocultamento e o silêncio em torno do tema. Por outro lado, o grupo de amigos é escolhido por cada um de nós e a família é-nos atribuída podendo, ou não, corresponder às nossas expectativas e carências.


Lang (2001) verificou que o processo de envelhecimento é usualmente caracterizado em termos do estreitamento do círculo de relações significativas, o que faz com que os idosos tenham cerca de metade das relações que tinham no início da vida adulta. A depressão nos idosos também varia em função da percepção de preocupação dos amigos, os idosos que apresentam uma percepção de maior preocupação dos amigos, os que apresentam menos depressão.


A auto-suficiência no cuidado de si próprio e em atividades afins, executadas no contexto do domicílio, a outras que impliquem deslocação (com ou sem transportes) é muito importante para o idoso. Só a atividade física e mental pode combater o acelerar do processo de senescência do idoso.

Estudos mostram que à medida que as pessoas envelhecem tendem a perder hábitos de leitura ou a lerem fundamentalmente artigos pouco exigentes a nível intelectual (Almeida, 2006). A mesma autora refere que no envelhecimento
ativo existem três áreas a ter em consideração: a biológica, intelectual e emocional e que ao nível emocional, a motivação assume uma preponderância extrema.


Por sua vez, por detrás dos problemas de motivação estão muitas vezes problemas emocionais do tipo depressivo ou ansioso.
A depressão gera sérias dificuldades para manter a motivação, e a ansiedade leva à fuga e ao desinteresse precipitado.

Dentre uma lista de ocupações de tempos livres, a leitura apresenta-se como um bom passatempo, os idosos que liam mais apresentam menos depressão. É importante motivar os nossos idosos a ler e a estimular as suas capacidades cognitivas, com o ganho de poderem diminuir sentimentos depressivos.


Não obstante, a depressão geriátrica é pouco reconhecida.

Ocorre frequentemente na presença de condições médicas gerais ou doenças neurológicas, cujas manifestações são similares a sintomas depressivos (por exemplo, falta de energia, fadiga, cansaço, diminuição da libido).

Os idosos ainda obscurecem o diagnóstico quando não evidenciam o sintoma de humor deprimido ou tristeza e enfatizam irritabilidade, ansiedade, dificuldades cognitivas e sintomas somáticos (Ramos & Neto, 2005).

O diagnóstico diferencial envolve as perturbações do humor, a reação
de ajustamento com humor depressivo e o luto. Pelo que antecedentes familiares ou pessoais de depressão devem ser sintomas ou manifestações a que devemos estar atentos.

Quando nos referimos à existência de sintomas depressivos anteriores aos 65 anos , algumas pesquisas registraram diferenças estatisticamente significativas na sintomatologia depressiva após os 65 anos. Os resultados destas pesquisas, permitem predizer que os idosos com histórico depressivo anterior aos 65 anos podem apresentar maior propensão a contrair sintomatologia depressiva na terceira idade, o que é reconhecido como um fator de risco para depressões reincidentes.

Fonte:

http://www.psicologia.com

Colado de: http://erazen.blogspot.com/

Vem...

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"Como é bom poder dizer às pessoas

Que nada foi em vão

Que o amor existe,

Que vale a pena a amizade,

Que a vida é bela sim,

Que eu sempre dei o melhor de mim.

E que valeu a pena!"

Mário Quintana
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Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o
desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional."

Carlos Drummond de Andrade

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"... Eu não tenho filosofia: tenho sentidos ...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso,

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...

Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar ...

Alberto Caaeiro/Fernando Pessoa

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Tenho fases como a lua
Fases de andar escondida
Fases de vir para a rua...
Perdição da vida minha.
Tenho fases de ser tua,
Tenho outras de ser sozinha.
(Cecília Meireles)